20 de maio de 2016

Seize the teacher


Não sei quanto ao resto do país, mas aqui no Rio Grande do Sul estamos enfrentando uma onda de protestos e situações ruins, tanto para o aluno quanto (e principalmente) para o professor, onde ambas as partes saem perdendo, uma vez que os professores não têm um salário digno e os alunos não têm aula. Acredito que o foco desse texto não será bem sobre isso e sim sobre um assunto que eu venho tentando fazer muitas pessoas pensarem, porque na minha cabeça, dessa vez, eu realmente estou certa.

Amigos, não podemos dizer que vivemos numa era de computadores, pois já estamos mais avançados que isso. Agora somos da era smartphone, aquela que se o professor pergunta uma curiosidade, prontamente podemos responder, afinal nós contratamos aquele puta pacote da Claro com 300 gb de internet móvel por "dois pila ao mês" (na realidade, é 2 mb de internet por trezentos ao mês).

O meu ponto é: aproveite a sua escola, sua educação e o seu professor. Às vezes entram professores legais, com uma potência enorme e cheios de vontade de ensinar todos nós, mas aos poucos eles vão ficando ranzinzas, entram na mesmice de trabalho-trabalho-prova e nós não podemos culpá-los, tanto menos insultá-los, afinal como uma pessoa normal (não podemos nos esquecer que eles são pessoas como nós) vai ficar pra sempre entusiasmada de entrar numa sala de aula onde seus alunos o desrespeitam, batem de frente e ainda soltam coisas como "eu pago o teu salário" sendo que, no atual cenário do meu estado, nem salário pode-se dizer que eles recebem?

Sei que é difícil prestar atenção naquela aula interminável e que se ele é professor, é porque ele escolheu. Mas tu acha que ele escolheu só pra poder pintar um quadro branco com canetas coloridas? Ele escolheu porque, nem que seja no fundo, ele tem um desejo de melhorar o país, de subir o nível de educação (que se estão baixos, não é por causa dele), de nos fazer pensar e tomar nossas melhores decisões. Ele não está ali pra "te ralar naquele trabalho trimestral", tampouco só pra te dar trabalho sobre o Machado de Assis nas férias de Julho; ele tá ali porque acha que tu pode mais.

Ele já foi aluno, nem em mil anos ele iria topar "perder" cinco anos numa faculdade, mais alguns anos numa pós-graduação, receber um salário indigno, acordar às seis, pegar ônibus com passagem contada, ir até uma escola em outra cidade, aguentar um monte de adolescente até as sete da noite só pra te ralar. Gente, não é assim que funciona e não entra na minha mente como maliciam atitudes tão nobres. Não vou ser hipócrita em dizer que amo e concordo com todos os professores; muito pelo contrário, posso não ir com a cara de uns, adorar outros de paixão, mas isso não muda os fatos. Reclamo e reclamo sim daqueles trabalhos enormes e fico indignada ao ver que alguns nem leem tudo, porém como eu posso culpar eles, se ensinam e nós preferimos o CTRL + C?

Já tive diversos professores que entram com aquele brilho nos olhos de mudar o sistema de aprendizagem, de modo a nos fazer gostar de aprender, seja numa representação da 2º Guerra Mundial quanto a pintar muros para revitalizar o ambiente, mas não posso garantir que os mesmos ficarão pra sempre daquele jeito, pois me recuso a acreditar que nos tempos passados só foram feitos professores que passam textos e prova, sem o mínimo de simpatia, acho que, na verdade, eles foram se cansando (e com razão). A questão é, se não gostamos de texto-prova, por que reclamamos com trabalhos que requisitam uma entrevista com algum conhecido ou que são pedidos cartolina e canetão pleno 3º ano do Ensino Médio (entre outros exemplos)?

Vamos abrir a mente, procurar entender o outro, ajudá-lo e, o mais importante: não vamos deixar a educação morrer, porque é isso que está acontecendo. E ninguém merece essa situação.

Rondon, nós estamos contigo!

2 comentários:

  1. Eu acho que o melhor professor que tive, foram os professores de História, que não por coincidência é a minha matéria favorita de todos os tempos. Eu sempre gostei muito de estudar, na época que o fazia. E gostava do fato de não precisar de tanto esforço pra ser uma das melhores alunas, além do fato de ser bem mais velha que os alunos eram da minha sala. Mas é legal! Eu acho importante, você escrever sobre uma coisa tão importante na formação de jovens e que aqui no Brasil é tão "largada". Sinto que ainda temos muito que aprender com os coreanos nesse quesito.

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    1. Eu também sinto que devemos aprender com os coreanos (e japoneses). É realmente horrível o rumo que isto está tomando, principalmente com a maldita PL-44/16. :-/ Mas nós conseguimos se tivermos força! ^-^ ♥

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